Igreja Matriz de Bustos

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Igreja nova badalou em 1964

A igreja nova constituía uma velha necessidade paroquial. De facto, a capela, embora com os melhoramentos que a beneficiaram em 1941, não servia.
A população acabou por sentir o caso e atirou-se para a frente, seguindo os esforços do padre António Henriques Vidal e do seu antecessor na paróquia, padre João Baptista Simões.

Finalmente, os terrenos, tendo custado cerca de 260 contos, ficaram preparados e, em 9/8/1959, foi lançada a primeira pedra da obra, pelo bispo da diocese de Aveiro, D. Domingos da Apresentação Fernandes. Nos primeiros dias e mês de 1964, a igreja, em acabamentos, já permitiu que ali fosse rezada missa nova pelo bispo D. Manuel de Almeida Trindade. Por fim, a cerimónia da sagração ocorreu em 8 de Dezembro do mesmo ano, tendo sido também celebrada pelo bispo da diocese de Aveiro.

A construção do novo templo, «erguido com a bênção de Deus e o suor do povo», custou cerca de 1250 contos. Resultou do trabalho dos arquitectos António Carneiro e Neftali Sucena e do Eng.º Manuel dos Santos Pato — bustuense radicado em Águeda, filho do Dr. Manuel dos Santos Pato.
Pode albergar 600 pessoas sentadas ou 1200 de pé e mais 300 no coro. Do templo anterior recebeu nomeadamente a imagem de S. Lourenço, padroeiro da freguesia. Anexa a residência paroquial.

A velha capela foi demolida após a inauguração da nova igreja, ficando o respectivo terreno devoluto desde então. Tratava-se de uma construção sem grande valor arquitectónico mas, como dissemos, muito antiga. A capela fora construída (ou reconstruída?) em 1739 e, em 1914, após a demolição do lembrado celeiro, contíguo, ficara dotada de torre e adro.

Não foi possível apurar nada sobre incertas referências a uma imagem da Senhora da Nazaré, ou Senhora da Cadeira, que teria existido na velha capela, e sobre uma versão, não menos incerta, referente a uma idosa lenda. Segundo nos constou, uma imagem de S. Lourenço que estava no altar da capela fora substituída em 1909 por outra, para ser colocada no nicho exterior existente sobre a verga da porta principal, onde de facto permaneceu muitos anos, até à demolição da capela e transferência, já bastante deteriorada, para a igreja nova. Ora a referida lenda pretendia que a imagem substituída no altar apareceu a seguir num lugar denominado Valinha Santo, pertencente à freguesia, porque «o santo fugiu para lá».
Alguém saberá esclarecer esta peripécia?"

in Arsénio Mota, Bustos – elementos para a sua história, edição da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos, 1983.