XIV Encontro de Bandas de Mamarrosa
Mais uma vez se fez história na Mamarrosa, desta feita pelas “mãos” da Banda Filarmónica da Mamarrosa com a realização no passado dia 29 de março, de mais um (XIV) Encontro de Bandas.
Este evento continua a ser uma referência nacional no mundo Filarmónico, se calhar não será modesto referir que após este fim de semana essa referência saiu ainda mais reforçada.
Foi, com certeza uma aposta ganha, a de mudar um pouco o conceito do evento que normalmente tinha a participação de uma Banda do norte e outra do sul, para duas Bandas de um município vizinho de Oliveira do Bairro e mais ainda sendo estas da mesma freguesia. Para muitos, era algo de elevado risco, que poucos correriam, mas a Banda Filarmónica da Mamarrosa está habituada a correr riscos, a arriscar em novas apostas, moderadas qb, exemplo disso é a aposta/parceria com a Tertúlia Bairradina. Mas não é desta parceria que vos falo hoje, mas sim da aposta de realizar na Mamarrosa um encontro de Bandas com a participação além da Banda promotora do evento, da Banda Nova de Fermentelos e da Banda Marcial de Fermentelos.
Conforme foi dito no local, foi esta a primeira vez que estas duas Bandas participaram em conjunto num evento deste género, o que demonstra que a rivalidade acérrima entre estas duas coletividades que de tanto se fala “na história” já foi ultrapassada e agora ambas trabalham em prol da cultura filarmónica, claro que cada Direção faz o seu melhor para demonstrar que a sua instituição é a melhor, mas isso é a concorrência lógica e saudável das coisas.
Num dia em que até o S. Pedro ajudou, em que o próprio clima estava propício à realização dum evento desta natureza, que começa com um pequeno desfile de apresentação das Bandas à Vila e ao público, com os respetivos cumprimentos entre estas.
Deslocaram-se de seguida para o palco do salão da Associação de Melhoramentos da Mamarrosa, e se normalmente este espaço já é pequeno para os eventos realizados pela Banda Filarmónica da Mamarrosa, estão desta vez, além de estarem cerca de 800 pessoas no seu interior, muitos se mantiveram no exterior, mas (in)felizmente foram muitos os que desistiram e foram embora. Isto demonstra a expetativa que este evento motivou, e acreditem que não foi só na população da Mamarrosa e de Fermentelos, estariam muitas pessoas e entidades (Músicos, Maestros, compositores, comissões de Festas, amigos, apreciadores de Bandas, etc.) de norte a sul do Pais. E de certeza que quem conseguiu assistir não deu como perdido o seu tempo, e isso foi audível nos comentários no final, os elogios eram muitos e muito bons, é gratificante para quem organiza um evento desta dimensão ouvir o que se foi ouvindo no final.
Os concertos começaram, como de costume, pela ordem do desfile, tendo sido a Banda Nova de Fermentelos a abrir, sendo esta como o próprio nome indica a Banda mais nova das duas de Fermentelos, e também das Bandas participantes no evento, mas já com os seus 93 anos, regida pelo Maestro Orlando Rocha, tendo esta apresentado ao público presente, “Rua da Fonte” de Antón Alcalde Rodríguez, “Valhalla” de Francisco Zacarés Fort, “Xylofonia” de Rudolf Bodingbauer, “Summer Fiesta” de Wim Laseroms e “Rolling Thunder” de Henry Fillmore.
De seguida, foi a vez da Banda Marcial de Fermentelos, também conhecida por Banda Velha ou “Rambóia”, com os seus 147 anos “de juventude”, regida pelo Maestro Carlos Marques (Balaú), apresentou ao público presente, “Marta Agustín” de Pere Sanz Alcover, “Sinfonia n. 5 - Finale” de P. I.
Tchaikovski (transc. Steven Stanke), “Rapsódia Húngara n. 2” de F. Liszt (arr. Hugo Oliveira), “Una Noche en Granada” de Emílio C. Ruiz.
A fechar os concertos, a Banda anfitriã, a Banda Filarmónica da Mamarrosa, com os seus 99 anos de existência, a caminhar a passos largos para o centenário, mas também esta, com muita juventude, e em crescente numero, regida pelo Maestro Fernando Ribeiro Lopes, que nos “deliciou” com “Tercio de Quites” de Rafael Taléns, “Quo Vadis” de A. Scassola, “Eslava 1” de Friedemann e “Scenas Espanholas” de J. Encarnação.
Este evento esteve representado ao mais alto nível pelas entidades locais, com a presença do Presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro, Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, seu vice-presidente e vereadora da Cultura, presidente da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa, presidente da Junta de Freguesia União de Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa e também marcou presença o Presidente da Junta de Freguesia de Fermentelos. Sendo que todos os intervenientes foram unânimes nos elogios à qualidade do evento, ao grande trabalho e dedicação da Direção da Associação e na promessa de apoios e colaboração, donde destaco a promessa do Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro em que garantiu um reforço no apoio financeiro para o Centenário, além do já habitual apoio a esta Associação.
O dia não poderia terminar sem que as Bandas e o público presente se deslocassem para o exterior do salão para a habitual marcha em conjunto, tocada por aproximadamente 210 músicos. Este ano a obra escolhida foi a marcha “Ribeirinha” do compositor e Maestro Capitão Amílcar Morais, que nos deu a grande honra de ele próprio a dirigir.
JMB